Entre as escolas de samba do grupo de acesso, vencedora é a Unidos de Vicente Pires
Homenagens à força e a resistência da mulher foram as grandes vencedoras dos desfiles das escolas de samba do Distrito Federal em 2023. A Acadêmicos da Asa Norte é a grande campeã do grupo especial com o enredo Mulheres Pretas do Brasil. No grupo de acesso, a vencedora foi a Unidos de Vicente Pires, que também trouxe as mulheres para o seu desfile com o enredo Nas águas sagradas desperta a senhora da fertilidade do espelho de Oxum ao reflexo da força.
Satisfeito com a alegria e o sentimento de renovação que a nova passarela do samba de Brasília trouxe para o Planalto Central, o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues, disse que é muito difícil que alguém seja capaz de ignorar o esforço que não só o GDF, mas cada um dos integrantes das escolas e do público demonstrou durante esses dias de samba. “Quem não se emocionou do começo ao fim? Dava para ver, no rosto de cada integrante das escolas, uma alegria que vai além do fato de estar apenas desfilando”, disse Rodrigues. “Cada um cantava o enredo de sua escola a todo pulmão, como a mostrar que essa tradição precisa ser respeitada”.
A apuração do grupo de acesso foi concluída por volta das 17h deste domingo (25). Nas arquibancadas cheias de gente que esperava por esse momento, a explosão dos vencedores chegou antes mesmo do anúncio do resultado, já que a escola ficou 1,2 ponto à frente da segunda colocada – a Águia Imperial de Ceilândia.
No caso do grupo especial, a Aruc não conseguiu retirar os carros alegóricos da avenida a tempo e foi punida com a perda de um ponto. A escola também perdeu outro meio ponto por não ter conseguido colocar no desfile o número mínimo de baianas exigidas.
As punições já anunciavam que seria muito difícil tirar o tetracampeonato da escola vermelho e branca da Asa Norte. Talvez por isso não tenha havido protestos nem da diretoria nem da comunidade. A Aruc fechou a apuração com 267,1 pontos.
Além do campeonato, a Asa Norte recebeu os troféus de mestre-sala e porta-bandeira e comissão de frente. O prêmio de melhor bateria ficou com a Capela Imperial.
Grupo de apoio
Se o resultado foi recebido com elegância entre as escolas do grupo especial, o mesmo não se pode dizer do grupo de acesso. Revoltados com a vitória da Unidos de Vicente Pires (Gruvipi), os integrantes da vice-campeã, Capela Imperial de Taguatinga, arremessaram o troféu de vice-campeã em direção ao espaço onde se encontravam integrantes da adversária. Ninguém se feriu.
Apesar do choque dos presentes, o secretário Bartolomeu Rodrigues considera que o incidente não embaça em nada a beleza da festa que acabou neste domingo.
“Divergências são naturais, observou. “Se os nervos ficaram à flor da pele, é porque houve engajamento, trabalho, esforço. Mas resultado é resultado. Nada que uma noite de sono para refletir não resolva”, garante.
O desfile recebeu R$ 7 milhões em recursos da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, mais R$ 5 milhões em editais.