Com a conclusão da ligação viária de 38 km, trajeto entre o Sol Nascente/Pôr do Sol e o Plano Piloto deve ser reduzido a cerca de 30 minutos
Principal etapa do Corredor Eixo Oeste, o Túnel Rei Pelé, em Taguatinga, foi aberto à população nesta segunda-feira (5). A obra é a maior da atual gestão e uma das principais etapas do grande corredor de ônibus que vai ligar o Sol Nascente/Pôr do Sol à região central do Plano Piloto.
Em menos de três anos, o GDF iniciou e concluiu uma de suas maiores construções. Segundo o secretário de Obras, Luciano Carvalho, ver o investimento de R$ 275 milhões no túnel se materializar, gerar mais de 1,6 mil empregos e ser finalizada em dois anos e dez meses é satisfatório.
“Ela é importante, mas sozinha talvez não resolva a questão do transporte coletivo. O Corredor Eixo Oeste foi criado exatamente para melhorar o fluxo do transporte coletivo, para que seja mais rápido e de melhor qualidade. Por isso, temos serviços na Avenida Hélio Prates, no Setor Policial e na Epig”, pontua o secretário de Obras.
Após entregar o túnel, o GDF segue trabalhando na parte de cima da passagem, no chamado boulevard. Atualmente, a Secretaria de Obras se concentra nas calçadas e ciclovias do boulevard. O paisagismo está a cargo da Novacap, trabalho que também foi iniciado nos últimos dias.
Ainda na manhã desta segunda-feira (5), o trânsito no local foi liberado nos dois sentidos. Primeiro na via Ceilândia/Plano Piloto e, depois, para quem faz Plano Piloto/Ceilândia. “Esperamos reduzir muito o trânsito e o engarrafamento aqui no centro de Taguatinga”, acrescentou Luciano Carvalho.
Ligação completa
O Túnel Rei Pelé é considerado etapa crucial na estruturação do Corredor Eixo Oeste. Com 38,7 km de extensão, o corredor vai conectar o Sol Nascente/Pôr do Sol ao Plano Piloto, passando pelas avenidas Hélio Prates e Comercial Norte, Centro de Taguatinga e Estrada Parque Taguatinga (EPTG), se desmembrando em duas: Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig) e Estrada Setor Policial Militar (ESPM). O projeto é para que essa viagem dure apenas 30 minutos.
O investimento total previsto no corredor é de R$ 640 milhões, sendo que a atual gestão recebeu as obras com apenas R$ 18 milhões executados. O grande corredor de ônibus, viadutos, pistas e túnel tem números superlativos: vai atender 1,8 milhão de pessoas, 1,3 milhão de veículos, 13 cidades e 259 mil usuários do transporte público. Apenas no Túnel Rei Pelé, a expectativa é que 135 mil pessoas passem pelo local diariamente.
Em pouco mais de quatro anos, o GDF entregou o Túnel Rei Pelé, finalizou a primeira etapa da obra da Avenida Hélio Prates e está fazendo a segunda, concluiu os viadutos da ESPM e está construindo o Viaduto da Epig, entre o Sudoeste e o Parque da Cidade, e também um corredor de ônibus na ESPM.
Alta complexidade
Tornar real uma passagem para 135 mil veículos diariamente em uma cidade consolidada não é um desafio fácil. É o que afirma o engenheiro e diretor do consórcio responsável pela construção do Túnel Rei Pelé, Rodrigo Magalhães.
“É uma obra geotécnica de grande magnitude, com escavações feitas ao lado de uma estrutura de metrô, de prédios vizinhos. Foi um grande desafio para nós. Por isso, nos cercamos dos profissionais mais qualificados para poder fazer o monitoramento dessas estruturas. Só iniciamos a escavação depois de termos um projeto de instrumentação. Todas essas estruturas foram monitoradas 24h por dia durante a execução da obra”, detalhou Rodrigo Magalhães.
O engenheiro lembra que, ao lado do túnel, há edifícios que foram construídos há 50, 60 anos e, sendo assim, as estruturas precisaram ser monitoradas. Além desse desafio, a alta dos preços de materiais e a pandemia de covid-19 também apareceram no caminho.
“Iniciamos a obra em um momento de pandemia, onde houve escassez de insumos, alta de preços, e lutamos muito para poder garantir o fornecimento de materiais, em especial de aço. Foram adquiridas 4 mil toneladas de aço de forma antecipada, para garantir o cumprimento do cronograma. Agradecemos muito ao governador Ibaneis Rocha por ter dado essa oportunidade a empresas de Brasília, com um consórcio majoritariamente formado por empresas locais”, agradeceu.
Por fim, o gestor lembra que a obra não teve intercorrências como deformações, danos e nenhum acidente fatal no canteiro.