Mais de 3,4 mil pessoas se inscreveram na 44ª edição do Curso Internacional de Verão de Brasília (Civebra), da Escola de Música de Brasília (EMB). Neste ano, a imersão está sendo realizada no molde híbrido – com aulas online e presenciais -, após dois anos em formato remoto, devido à pandemia do coronavírus. A formação começou no último dia 16 e vai até esta sexta-feira (27).
Conforme a programação, as aulas são das 9h às 12h e das 15h às 18h, com apresentações abertas ao público a partir das 19h. No entanto, segundo o diretor da EMB, Davson de Souza, às 7h30 já há estudantes na instituição. “A escola começa a ter movimento logo cedo e segue cheia até o final do dia, sempre com apresentações improvisadas durante os intervalos”, informa.
Troca de experiências
O estudante de contrabaixo acústico popular João Pedro Torres, 24, conta nunca ter imaginado que fosse gostar tanto de estudar em janeiro, quando normalmente está de férias, até conhecer o Civebra. É a segunda vez que ele participa do curso da EMB.
“No curso regular, não encontramos tanta paixão por causa da rotina, dos imprevistos do dia a dia, e no curso de verão, só tem pessoas apaixonadas pelo negócio, que querem trocar experiência e conhecimento, e você tem duas semanas para fazer apenas isso”, comenta.
Já para o estudante de cravo Rafael Barros Passaglia, 25, a melhor parte da experiência é ter contato com musicistas de outras localidades. Desde 2019 ele estuda o instrumento de teclado, que tem o formato semelhante ao do piano de cauda antigo. “O curso de verão traz a oportunidade de conhecer pessoas, de aprender mais sobre música”, salienta.
Professores
Os docentes foram selecionados justamente com esse objetivo: inspirar os alunos a galgar sonhos ousados no mercado da música. “Procuramos professores que já tenham estudado na EMB para incentivar o estudante e mostrar a ele que é possível se tornar um grande profissional na área”, explica Davson de Souza.
A professora de viola da gamba Cecília Aprigliano trabalhou na EMB por 24 anos, de 1995 a 2018, e foi uma das responsáveis pela criação do curso sobre o instrumento de seis cordas na instituição. “É muito bom voltar”, afirma. “A escola é a minha casa, é sempre bom estar aqui”.
O curso de verão também representa uma oportunidade de retorno para a maestrina Alba Bomfim, que, além de docente, já foi aluna da instituição. Ela conta que foi nas salas e auditórios da EMB que aprendeu a não impor limites ao seu potencial. “Foi pelo Civebra que comecei a sonhar as possibilidades profissionais, não só como regente, mas como instrumentista”, relembra.
Já a professora de cravo Isabel Kanji, de São Paulo, esteve pela primeira vez na EMB nesta edição do curso, tendo participado das duas edições remotas do evento. “É muito melhor presencial, né?”, avalia a pianista, que atua na área há mais de duas décadas. “Dá para mostrar melhor as técnicas para os alunos, simplificar o conhecimento. “Em sala de aula, acontece uma troca muito maravilhosa, a gente ensina e aprende. É fantástico”.
Referência
Evento oficial no calendário brasiliense, o Civebra é realizado desde 1977, sempre com homenagem a um artista conhecido mundialmente. Nesta edição, os tributo foram para o compositor, pianista e maestro russo Sergei Rachmaninoff e para o arranjador, compositor, maestro e multi-instrumentista brasileiro Moacir Santos.
As aulas online são transmitidas pelo canal do YouTube da escola.