Língua francesa domina os corredores do Centro Educacional Lago Norte, unidade piloto de cooperação entre o GDF e a Embaixada da França
“Je m’appelle Maria Paula, j’ai dix-sept ans. Comment allez-vous?”, pronunciou uma das alunas do projeto Escola Intercultural Bilíngue, apresentando-se em francês na entrevista. Traduzido para o português, a jovem disse: “Eu me chamo Maria Paula, tenho dezessete anos. Como você está?”
Maria Paula é uma entre os mais de 400 estudantes do Centro Educacional Lago Norte (CedLan). O Governo do Distrito Federal (GDF) e a Embaixada da França ampliaram, no início de julho, por mais quatro anos, a parceria que estabelece ações para a oferta do ensino de francês e da cultura francófona, a primeira iniciativa na rede pública de ensino do DF com dois idiomas.
A supervisora pedagógica do CedLan, Viviane Duarte Rocha, lembrou que a escola foi piloto do ensino médio integral, em 2017, o que permitiu o interesse em fazer parte do projeto bilíngue, acordado com a representação francesa.
“Principalmente por morarmos em Brasília, a cidade que tem todas as embaixadas e esse cenário político internacional, essa experiência que eles têm já acrescenta no currículo. Então, a gente traz isso para a grade deles, um enriquecimento a mais, com mais opções para eles pensarem no futuro”, destacou a educadora.
Futuro como o de Maria Paula Burmann, de 17 anos. A jovem quer fazer faculdade de Relações Internacionais na Universidade de Brasília (UnB). “Estar nessa escola é uma oportunidade maravilhosa. Aprendemos bastante do francês, que é uma língua bonita e que vai ser muito importante para mim”, afirmou a aluna.
A iniciativa da Escola Intercultural Bilíngue foi implantada em agosto de 2019 no Cedlan e conta com o envolvimento de 27 dos 52 professores do centro de ensino que foram capacitados pela Aliança Francesa. O projeto é tocado pela Secretaria de Educação em parceria com a Secretaria de Relações Internacionais.
Conteúdo imersivo
As aulas de francês são ministradas na unidade pública duas vezes na semana, às terças e quintas. “Aprendemos sobre as classes gramaticais, regras, pronomes de tratamento e numeração. Eu acho muito importante, porque não é uma oportunidade que você acha fácil, em qualquer lugar. Além disso, o francês tem regras, tem jeito… aprender presencialmente assim é sempre importante. Muitas coisas do nosso cotidiano vêm do francês”, comenta a aluna Yasmin Fintelman, de 17 anos.
O projeto intercultural bilíngue vai além do aprendizado da língua alvo, tendo como objetivo uma experiência intercultural. Em outras atividades da escola, como oficinas e aulas culturais, outros professores fazem uso do idioma francês. Nas aulas de arte, por exemplo, são incorporados elementos da cultura francesa. “A gente entende que o aluno tem que ser beneficiado da melhor forma possível”, acentuou a supervisora Viviane.
Outras escolas
Atualmente, o GDF conta com três escolas da rede pública com ensino bilíngue. Além da Escola de Ensino Médio Integral (Cedlan) com o francês, há aulas em inglês no Centro Educacional do Lago (CEL) e oferta de espanhol no Centro de Ensino Médio de Taguatinga. A próxima escola a receber o projeto é o Centro de Ensino Médio Integrado do Gama (Cemi), que terá o alemão como segundo idioma.