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sábado, 23 novembro 2024
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Estação do metrô Ceilândia Norte ganha paredão cultural

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Doze grafiteiros transformaram o muro da estação em uma grande obra de arte. Área externa também foi revitalizada. Projeto é uma homenagem a Ceilândia e aos 50 anos do hip hop

Foram três dias de trabalho intenso para colorir 500 metros quadrados do muro externo da Estação de metrô Ceilândia Norte, por onde passam diariamente cerca de 2 mil pessoas. O trabalho de 12 artistas do grafite, um dos elementos característicos do movimento hip-hop, foi entregue nesta terça-feira (4), quando os responsáveis pelo projeto se reuniram para homenagear a cidade e reforçar sua identidade cultural.

O projeto Estação Grafite foi realizado pelo Metrô-DF, por meio da Diretoria de Manutenção e Operação e da Gerência de Projetos Especiais, com a parceria da Administração Regional de Ceilândia, que mobilizou os grafiteiros, e do 8º Batalhão da Polícia Militar, que incentivou o Metrô-DF a revitalizar e a ocupar o espaço com manifestações artísticas. O projeto também recebeu apoio da Caesb.

Além do muro pintado, a companhia revitalizou o espaço externo, onde fica o bicicletário, com o plantio de jardim, renovação do piso e ações de melhoria da iluminação externa.

O objetivo da companhia é contribuir para uma cultura de preservação do local, evitando novas pichações e proporcionando um cenário que possa receber manifestações de arte, cultura, dança e música – exatamente o que ocorreu na manhã desta terça-feira, quando o espaço foi inaugurado.

Os quatro elementos do hip-hop, movimento mundial que completa 50 anos em agosto e é extremamente caracterizador da identidade cultural de Ceilândia, estavam representados: grafite, DJ, Rap e Break Dance. Alex Lucas, dançarino do grupo Periféricos no Topo, do Sol Nascente, puxou uma aula de dança. No comando do som, o DJ Ocimar.

“Agradeço imensamente aos artistas por esse painel maravilhoso. Presenteia a cidade e também o Metrô-DF com essa obra de arte que expressa a cultura da cidade, do hip-hop, do grafite. Estamos honrados, orgulhosos e de braços abertos para receber as manifestações culturais da cidade e servir Ceilândia com um transporte público de qualidade”, disse o presidente do Metrô-DF, Handerson Cabral, que abriu o evento.

Também estavam presentes os diretores de Manutenção e Operação, Márcio Aquino; de Administração, Leyvan Cândido, e o diretor Técnico, Fernando Jorge. O administrador de Ceilândia, Dilson Resende, sugeriu que o projeto se estenda às outras estações. Autor do projeto que transforma o hip-hop em patrimônio cultural e imaterial do DF, o deputado distrital Max Maciel, prestigiou o evento.

A Estação Ceilândia Norte fica ao lado do Centro Cultural da Administração Regional de Ceilândia, da Biblioteca Pública de Ceilândia Carlos Drummond de Andrade e da Creche Amor em Ação, que atende crianças de 4 meses a 4 anos.

A região também é considerada uma área de risco, que concentra usuários de drogas e pessoas em situação de vulnerabilidade social. Por essa razão, ocupar o espaço é uma das formas de preservar o patrimônio e garantir a segurança, usando a identidade cultural da cidade.

12 artistas e uma grande obra de arte

O muro foi pintado por 12 grafiteiros: Rivas, Elom, Turko, Scooby, Yong, Toys, Camz, Omik, Mudof, Camila Siren, Panela e Magá.

Rivas e Elom foram responsáveis por comandar o processo de pintura. Elom explica que foram feitos dois trabalhos, um mais institucional, assinado por ele, e outro do grafite de rua, espaço dividido pelos demais grafiteiros.

“O painel institucional tem os símbolos do hip-hop associados à logomarca do Metrô-DF, trazendo para a Ceilândia alguns elementos característicos da arquitetura de Brasília, como a ideia dos azulejos”, explicou.

Rivas conta que chamou grafiteiros de Ceilândia, do Guará, de Taguatinga e de Brasília. Cada um veio com seu estilo e traço, mas dois elementos principais identificam todo o trabalho: o hip hop e Ceilândia.

“A arte tem um papel muito importante. O grafite, quando nasce, inserido no movimento hip hop, nasce com a linguagem da rua e demarca território. Aprendemos a trabalhar dentro do contexto da realidade de cada lugar. Então, a comunidade se reconhece ali e a gente pode passar recados importantes”, explica Rivas.

Como presente extra, os grafiteiros foram além do muro e demarcaram no chão uma passarela antiestresse. Semelhante a um jogo de amarelinha, o desenho propõe um momento de parada no caminho para casa e o trabalho para uma atividade lúdica.

 

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