Pitico, charmoso nas redes sociais, considerado um “caramelo brasileiro” muito feliz pelos tutores Rafael e Natália Fernandes é o xodó da casa, que também têm três gatinhos, Alfredo, Madá e Sushi. Trata-se de um ótimo exemplo de como os pets participam cada vez mais da vida das pessoas, seja no descanso na rede ou no passeio de barco no Lago Corumbá IV. Junto com essas atividades, além da básica ração, vão junto às coleiras, colete salva vidas, protetor solar e até óculos de sol. A humanização dos pets ajuda a impulsionar uma indústria em ascensão tanto no Brasil quando em Goiás, e o Sebrae tem participado com suporte aos empreendedores.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), o setor pet cresceu 12% em 2024 em relação a 2023, movimentando cerca de R$ 77 bilhões. A cadeia de distribuição do setor é composta pelos segmentos de Pet Food (alimentos para animais), responsável por R$ 42 bilhões (55% do total faturado); Pet Vet (medicamentos veterinários; Pet Care (cuidados com saúde e higiene); e Pet Serv (serviços veterinários, gerais e venda de animais de estimação).
Os produtos dessa indústria chegam ao varejo, setor do qual Ana Paula Bento Ferreira faz parte. Ela é proprietária de uma loja no centro de Anápolis, a Mundo Animal Pet Center – Rações e Suprimentos. Com experiência no ramo de quase 40 anos, a empreendedora acompanha de perto a ascensão do setor e o aumento da concorrência.
Ela iniciou sua loja no centro de Anápolis com venda de ração animal para aves de pequeno porte e outros animais pequenos. Com o crescimento da procura dos produtos, decidiu se especializar no segmento. A Mundo Animal foi um dos primeiros estabelecimentos na cidade a oferecer o serviço de banho e tosa. Hoje, além de uma variedade de produtos, a loja conta com parceria com profissional veterinário.
“Com a humanização dos pets, a demanda por produtos e serviços relacionados a eles cresceu significativamente. Hoje temos, além dos mais variados tipos de ração, suplementos, acessórios, roupas e tapetes higiênicos. Também aumentamos a prestação de serviços”, relata Ana Paula.
Ela destaca como a evolução do setor trouxe melhorias. “Quando abrimos o banho e tosa, a gente usava xampus de salão de beleza. Hoje, além dos cosméticos específicos, temos equipamentos que facilitam o trabalho, como máquinas secadoras, tornando o serviço mais acessível”, completa.
Para se manter competitiva, Ana Paula investe constantemente em melhorias. Recentemente, inaugurou uma loja maior, participa de eventos e feiras, e conta com o Sebrae como parceiro estratégico. “Uso muito os serviços do Sebrae. Já fiz o ALI duas vezes, consultorias especializadas, cursos de finanças, e agora estamos expandindo para o digital”, pontua.
Importância do mercado pet na economia
O mercado pet representa 0,36% do PIB brasileiro, porcentagem que supera setores como utilidades domésticas e automação industrial. Esses números refletem não apenas a paixão dos tutores pelos animais, mas também sua crescente importância em tratamentos terapêuticos e políticas de inclusão social.
Tal demanda tem gerado outras iniciativas e negócios, como a Feira Estadual de Produtos e Serviços para Animais de Estimação de Goiás (Feipet Goiás), que tem como meta dar maior visibilidade para os pequenos negócios, sobretudo os de varejo. O evento, que já teve nove edições realizadas em Anápolis com o apoio do Sebrae Goiás, tornou-se uma vitrine e envolve a comunidade como um todo.
A feira conta com a participação de pet shops, clínicas veterinárias, a prefeitura (com vacinação antirrábica) e universidades. Além disso, a programação inclui desfiles de cães de raça, dicas de adestramento e o tradicional desfile de pets, com direito a certificado de participação. “Realizar a Feipet é sempre um grande desafio, pois envolve muitos segmentos dentro do setor, mas é uma grande vitória promover esse evento”, afirma Sirley Oliveira, idealizadora da feira no estado de Goiás.
Gatos são destaque
O Brasil tem a terceira maior população de pets do mundo, com cerca de 160,9 milhões de animais de estimação, quando se trata da relação entre a população pet e faturamento – atrás somente de EUA (1º) e China (2º), de acordo com a Abinpet e o Instituto Pet Brasil (IPB).
Goiás se destaca com a maior população pet do Centro-Oeste, o que representa 3% dos animais de estimação do país. Isso inclui principalmente cães, aves, gatos e peixes ornamentais, além de répteis e pequenos mamíferos.
Segundo dados de 2024 da Euromonitor International, a população de gatos cresce duas vezes mais que a de cães, reflexo da urbanização e da composição menor das famílias.
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