Ibaneis Rocha participou da abertura da semana de acolhimento estudantil na unidade, que vai oferecer gratuitamente graduação em nove cursos superiores
Projeto sonhado desde a inauguração de Brasília, a Universidade do Distrito Federal Professor Jorge Amaury Maia Nunes (UnDF) iniciou, nesta terça-feira (25), o primeiro semestre letivo no Campus do Lago Norte com a inauguração da Semana de Acolhida Estudantil e da realização da aula magna. A solenidade contou com a participação do governador Ibaneis Rocha, do secretário executivo de Educação, Isaías Aparecido da Silva, e da reitora pro tempore da UnDF, Simone Benck.
“Para mim é uma alegria muito grande estar aqui hoje. Foi um dia muito esperado por todos nós. É a materialização de um sonho, receber os alunos e os professores”, destacou o governador. “Tenho certeza que essa universidade ainda vai trazer grandes frutos para o Distrito Federal. Nos unimos nessa proposta para dar mais condições às pessoas de transformarem as suas vidas”, completou.
O chefe do Executivo também citou os passos para a criação da universidade, que envolveram a concepção do projeto até a sanção da Lei Complementar n° 987, em 26 de julho de 2021, que instituiu a UnDF. “Temos uma universidade que tem todas as garantias de recursos financeiros assegurada na Lei Orçamentária, então temos toda a tranquilidade de que teremos um projeto de futuro”, acrescentou Ibaneis Rocha. A ideia é expandir a quantidade de cursos, alunos e o corpo docente nos próximos anos.
À frente da instituição pública distrital, Simone Benck, reitora pro tempore, celebrou o início do novo ano letivo. “Meu coração hoje está rejubilando de alegria. Há dois anos, nós sancionávamos a lei que criava a Universidade do Distrito Federal. De lá para cá, muitos esforços foram envidados no sentido de constituir esse campus na bacia norte para atender toda essa população e para a realização do concurso público e do corpo docente”, afirmou Simone Benck.
O secretário executivo de Educação destacou que a Universidade do DF, além de um sonho, é a garantia de que os jovens que se formam no ensino médio tenham condições de dar continuidade aos estudos no âmbito superior. “Sempre sonhamos muito com esse momento. A gente tem a média de 22 mil alunos que concluem o ensino médio e a UnB (Universidade de Brasília) não absorve o quantitativo. Hoje eles terão a oportunidade de entrar na universidade pública do Distrito Federal”, comemorou Isaías Aparecido da Silva.
O Campus do Lago Norte foi inaugurado em 28 de junho de 2022 e contou com o investimento de R$ 1,2 milhão para a construção de um prédio de 6,2 mil m², com 42 salas para usos pedagógico e administrativo. O espaço espera atender, principalmente, moradores de Sobradinho, Sobradinho II, Planaltina, Paranoá, Itapoã e Varjão e de cidades do Entorno, como Planaltina de Goiás.
Semestre letivo
O primeiro período na universidade pública do DF pretende atender os 360 alunos aprovados – destes, 150 já estão matriculados – para os nove cursos superiores: Gestão Ambiental, Gestão da Tecnologia da Informação, Produção Cultural, Serviço Social, Sistemas de Informação, Engenharia de Software, Gestão Pública, Matemática e Pedagogia.
Sobre a característica diferenciada do currículo da universidade, Simone Benck explicou: “O Plano Distrital de Educação já apregoava que a universidade distrital devia trabalhar com metodologias inovadoras e problematizadoras. Nos interessava muito mesclar áreas do conhecimento mais duras e exatas com áreas mais voltadas para (as áreas de) cultura ou humanas. A ideia é que, dessa pluralidade, o DF, para os próximos 20 ou 30 anos, edifique ainda mais soluções para os problemas que a sociedade precisa”.
As aulas começam oficialmente no dia 31 de julho e serão ministradas por 60 docentes concursados que foram empossados em maio deste ano.
Integrante do corpo docente do curso de Produção Cultural, o professor Jorge Marinho compartilhou a felicidade da comunidade escolar da instituição. “Só posso dizer que estamos animadíssimos. Estamos aqui em prol dos estudantes, então chegar nesse momento é a nossa maior alegria”, comentou.
O professor Klever Corrente Silva, que vai conduzir aulas no curso de Pedagogia, disse acreditar que a universidade terá um papel transformador na vida dos estudantes. “Estamos felizes em receber nossos estudantes e ter a oportunidade de fornecer mais um espaço de educação superior para a população do Distrito Federal e da Ride (Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno)”, definiu.
Expectativa dos estudantes
O jovem Caio Henrique da Silva Lopes, 18 anos, contou que ainda está sem acreditar que foi aprovado na UnDF. “Ainda não caiu a ficha. Acabei de me formar. Vi meu nome, pulei de alegria. Querendo ou não é uma grande satisfação estar aqui”, revelou. Calouro do curso de Engenharia de Software, ele pretende ajudar a família com essa oportunidade de formação.
Para Ana Luiza Alves, 23 anos, estudante do curso de Gestão da Tecnologia da Informação, entrar na UnDF foi a concretização de um esforço de anos, quando ela começou a fazer cursinho com o objetivo de ingressar em uma universidade pública. “Quando vi meu nome foi incrível”, lembrou. Sobre a escolha pelo curso, ela afirmou ter a ver com a perspectiva de futuro: “Tecnologia é uma área que está tendo muito sucesso. Todo mundo procurando e tem ótimas oportunidades de emprego”.
Como forma de incentivar os alunos aprovados, a universidade também oferta 148 vagas em auxílios financeiros para aqueles em vulnerabilidade socioeconômica. São três modalidades: auxílio-permanência de R$ 660, voltado para despesas de alimentação e moradia; auxílio-transporte de R$ 300, para estudantes que residem fora do DF; e auxílio-creche de R$ 485, para atender mães e pais com crianças menores de 5 anos.
Os benefícios integram o Programa de Assistência Estudantil (PAE/UnDF) e poderão ser acumulados com outros benefícios até o valor limite de R$ 1.953. A duração é de 12 meses.
Programação especial
A Semana da Acolhida Estudantil ocorre até sexta-feira (28). Nesta terça-feira, primeiro dia, houve a realização da Aula Magna com o tema O respeito às diferenças atravessa o direito à educação. Há de se garantir o aprender como a vocação que (des)humaniza?, conduzida pelos professores Ana Flávia e Wanderson Flor, ambos da Universidade de Brasília (UnB).
“Hoje nós abrimos as portas, junto com os docentes, para uma semana de acolhimento dos estudantes. Nós preparamos essa festa porque acreditamos que é na pluralidade e na diversidade que podemos edificar algo novo no Distrito Federal no âmbito dessa política pública superior distrital”, defendeu a reitora pro tempore.
Na programação dos próximos dias estão atividades culturais e pedagógicas, como a apresentação da Banda HeyJohnny no projeto Escola Show; e a exibição do filme Branco sai, preto fica, com roda de conversa com o diretor Adirley Queirós.
Criação da universidade
A UnDF é a primeira universidade pública criada e mantida pelo GDF. A instituição leva o nome do professor Jorge Amaury Maia Nunes, morto em 2021, que foi um dos líderes da luta pelo surgimento da entidade.
O edital do primeiro concurso da UnDF foi lançado em 22 de junho de 2022, com oferta de 350 vagas para provimento imediato e mais 1.050 para cadastro reserva, distribuídas entre os cargos de professor e tutor de educação superior. A previsão é de que mais mais docentes sejam nomeados para compor o Campus do Lago Norte e os futuros quadros dos campi de Ceilândia e Granja do Torto, estruturas ainda em fase de projeto.
Apesar do Campus de o Lago Norte ser o primeiro espaço oficialmente da UnDF, a universidade já funcionava ofertando cursos de graduação e pós-graduação nas escolas superiores de Superior de Gestão (ESG), Ciências da Saúde (Escs) e da Polícia Civil (ESPC), localizadas na Asa Norte, em Samambaia e no Riacho Fundo.
A UnDF também tem atuado em parceria com a Secretaria de Educação no sentido de oportunizar o uso dos espaços físicos de escolas públicas de Ensino Médio, no período noturno, para oferta de educação superior pública distrital vinculada à universidade.