A encenação da Paixão de Cristo no Morro da Capelinha, no Distrito Federal, emocionou milhares de fiéis que acompanharam uma das maiores vias sacras do país, nesta sexta-feira (18). Reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do DF, a celebração é feita a muitas mãos, são 1,1 mil atores e 300 voluntários na parte técnica envolvidos na apresentação.

Diversas autoridades do GDF prestigiaram a celebração que une fé e cultura | Foto: Renato Alves/Agência Brasília
O evento começou às 15h, com uma missa presidida pelo arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa. Depois, foi iniciado o espetáculo principal, que durante quatro horas levou o público pelas 14 estações da Via Sacra — em um trajeto de 800 metros que retrata o julgamento, a prisão, a crucificação, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo.
A governadora em exercício, Celina Leão (PP), esteve presente e destacou a grandiosidade da celebração, reconhecendo sua importância para a cultura, a fé e a tradição do Distrito Federal.
“É um dia de muita fé, de milagre, em que as pessoas se renovam. Sempre falo para quem não conhece a experiência para vir aqui, ver o momento doloroso de Jesus. É algo muito especial, é um momento em que as pessoas se unem para orar e se restabelecer novamente”, declarou Celina Leão. “É um evento que tem 100% de apoio do GDF. Esse ano tivemos o maior número de policiais da história, ou seja, é um lugar onde as famílias podem ir com tranquilidade. Tem todo um aparato de policiais militares, policiais de serviço, Corpo de Bombeiros, Conselho Tutelar.”
A via-sacra do Morro da Capelinha nasceu de um sonho do padre Aleixo Susin, antigo pároco de Planaltina que faleceu em 2021, aos 92 anos. Consolidado como uma tradição brasiliense, o espetáculo cênico da morte e ressurreição de Jesus Cristo é considerado Patrimônio Cultural Imaterial do DF desde 2008, pelo Decreto nº 28.870/2008, e foi incluído no calendário oficial de eventos da capital federal em 1986. A primeira montagem ocorreu em 1973.
Diante da magnitude da celebração os ensaios começam oito semanas antes, junto da preparação do Morro da Capelinha, para que os fiéis sejam recebidos da melhor maneira possível.