O governador Ronaldo Caiado ressaltou o equilíbrio fiscal e o avanço tecnológico de Goiás, com destaque para a agroindústria, produção de bioinsumos e investimento em inteligência artificial, durante a 2ª edição do Summit Brazil–USA, realizada nesta quarta-feira (14/5), em Nova York, nos Estados Unidos.
Na ocasião, o chefe do Executivo goiano criticou a falta de empenho do governo federal no combate à violência e destacou a necessidade das reformas administrativa e da previdência no Brasil. Com organização do Jornal Valor Econômico, o seminário visa explorar as potencialidades de colaboração em negócios entre os dois países.
“Além de ser o estado mais central do país e equidistante dos demais, Goiás é reconhecido no Brasil pela segurança número um, pela educação número um e pelo maior grau de liquidez financeira, que nos deu capacidade de criar um fundo de estabilidade fiscal, mesmo sem ter os benefícios dos royalties do petróleo, como muitos estados litorâneos possuem”, explicou Caiado, referindo-se ao recém-criado Fundo de Estabilização Econômica (FEG), que recebe 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) goiano, cerca de R$ 5 bilhões.
A busca da atual gestão do Estado pela elevação da pujança econômica associada ao agronegócio, sem perder a atenção à economia verde também foi destacada por Caiado.
“Avançamos na produção do biometano, transformando o combustível de nossas frotas e trazendo essa tecnologia para Goiás. Temos cinco indústrias instaladas, uma delas adquirida por uma empresa americana. Dentro de uma lei específica de liberdade econômica, temos o maior número de Classificações Nacionais de Atividades Econômicas (CNAEs) liberadas por legislação. Isso permite ao empresário, ao chegar em Goiás, ver a seriedade do nosso trabalho”, salientou.
“Saímos à frente com uma lei estadual inédita no Brasil que incentiva os investimentos em inteligência artificial. Fomos pioneiros ao sairmos de um molde que copia o sistema europeu, mais restritivo e que dificulta a expansão de investimentos, para trazermos um modelo moderno, aberto para todas as pessoas com novas ideias. O que queremos é que a tecnologia, a inovação e a ciência sejam a base do nosso desenvolvimento”, concluiu o governador.
Durante o evento, Maurício Claver-Carone, enviado especial dos Estados Unidos para a América Latina, apresentou uma visão estratégica a respeito da economia e relações internacionais. “O impulsionador real do PIB é o investimento. Queremos investidores, pessoas que produzem, que geram crescimento e valor, para trazermos a nova era áurea da industrialização. Por isso, vocês são bem-vindos a investir nos Estados Unidos e no Brasil”, afirmou aos investidores presentes.
Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás da China. A corrente de comércio entre os países alcançou US$ 20 bilhões no primeiro trimestre de 2025, de acordo com a recente edição do “Monitor do Comércio Brasil-EUA”, publicação trimestral da Amcham Brasil.
O seminário contou com a participação dos governadores Tarcísio de Freitas (SP), Cláudio Castro (RJ), Raquel Lyra (PE), Renato Casagrande (ES) e Jorginho Mello (SC), além do vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, e o secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul, Rodrigo Goulart.
Ainda participaram do evento o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso; presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta; ministro dos Transportes, Renan Filho; secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan; presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, além de empresários e especialistas dos dois países.