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sexta-feira, 20 setembro 2024
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Simulando um planejamento financeiro pessoal

Por Yuri Mourão*

Toda e qualquer família sonha em atingir objetivos e, principalmente, colocar suas vidas nos eixos. Por esse motivo, fazemos um simulado de como um planejamento financeiro pode ser construído.

Supõe-se, assim, uma família com um dado orçamento preexistente, uma renda familiar de R$ 3.000,00 e que queira realizar um par de objetivos em comum. Os objetivos são:

ObjetivosValoresData de realizar
ViagemR$ 15.000,00Daqui 18 meses
PoupançaR$ 100.000,00Daqui 144 meses

O orçamento inicial dessa família está composto da seguinte forma:

Gastos de consumo% da renda familiar
Gastos de manutenção de vida60
Dividas15
Cartão de crédito15
Outros10
Renda familiar100

Foi verificado que é possível atingir uma taxa de retorno liquida de 0,6% a.m, o que permite estimar os valores poupados para realizar os sonhos definidos, de acordo com o quadro abaixo.

Assim, perceberam que, para realizar, precisam de um nível de poupança de 47% de sua renda. E para atingir essa meta foi proposto um novo orçamento, que prevê a eliminação de toda dívida, gastos supérfluos, cartão de crédito. O orçamento meta ficou definido como:

Gastos de consumo% da renda familiar
Gastos de manutenção de vida53
Poupança47
Renda familiar100

Contudo, como acontece com a maioria das famílias brasileiras, o orçamento não é tão flexível que permite mudanças rápidas, de um mês para o outro. Há compromissos e contas que exigem tempo para serem saldadas ou economizadas como, por exemplo, energia elétrica, alguns contratos de serviços e etc. Para nossa família hipotética, o prazo necessário para liberar os níveis de poupança desejados seria de 6 meses, como demonstrado na tabela abaixo.

Assim, perceba que para a família em questão, atingir os níveis totais de poupança dos “Gastos de manutenção de vida” só é possível em junho, enquanto para os gastos definidos como “Outros”, são totalmente flexíveis e sua economia total já é possível no mês seguinte. Contudo, não é preciso esperar até junho para começar com o plano de investimento. Este pode iniciar-se à medida que os níveis de poupança forem sendo realizados.

Outra questão importante é a atualização monetária dos valores poupados. Em outras palavras, para que os valores acumulados tenham o mesmo poder de compra em todo o período de tempo, é preciso que eles acompanhem a inflação de cada período. E isso é feito apenas acrescentado a inflação do mês nas parcelas poupadas. Veja no quadro abaixo, para um nível de inflação de 0,5% a.m, como ficaria:  

junjulago
 R$  1.417,05 R$  1.424,14 R$  1.431,26

Notem que se a inflação está exigindo níveis maiores de poupança, o mesmo é verdade para os “Gastos de manutenção de vida”, isto é, eles estão se elevando também. Nessa brincadeira, apenas o salário se mantém no mesmo nível. E é por isso, a importância do governo controlá-la e das famílias serem criativas em driblá-la.

Deixando essas considerações à parte, nossa família conseguiu estabelecer objetivos bem definidos, definir um orçamento meta, usar de instrumentos e estratégias para colocar o orçamento meta em prática e se lançando na jornada da conscientização financeira.

*Especialista em Finanças e Controladoria – Ibmec Business School

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